
Já que agora parece que vou ser fora de mim,
que se calhar vou server de ponte
entre quem procurou a minha realidade
e o mundo real que lá fora esta.
Já que logo é possível que por isso
perda uma parte da identidade inventada que tenho
(E também não tenho),
e por isso me transformem alguns
numa espécie de poeta do Parnaso
(Ou em algo ainda pior),
quero que antes que todo isso possa acontecer (Ou aconteça),
antes do meu escárnio na publica roda das coisas que botanse a rolar,
antes da minha prostituição ao tempo,
aos seus ventos temporais ou intemporais,
antes de entrar para sempre no reino dos vivos.
quero dizer (E digo) que eu sou Afranio do Amaral,
que morro e renasço para seguir fugindo de mim
e que nada do que a partires daqui possa acontecer mudara isso,
porque não há nada que possa tornar-me em realidade,
nem sequer um poema,
nem sequer um livro cheio deles
ou uma vida abarrotada de livros de poemas.
Eu sou Afranio do Amaral
e sempre andarei escapado de mim e do mundo,
por muito que eu e o mundo queiramos saber quem é que eu sou.
E agora,
saio de mim para ser
e fico em mim para não ser,
contradição real e lógica como eu próprio,
embora alguns não concordem
ou não percebam muito bem o que eu quero dizer e digo.
2 comentários:
fora ou dentro
o que prevalece
é
inconsciente
e há que...
dum modo ou doutro
reconhecê-lo abri-lo quanto
se possa e espreitar
espreitar
o
centrO
( assim...
... muito este AdoA.
que bOm.
~@mc*
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