
Afranio diz:
Janeiro contínua chegando cada manhã a casa pelos cristais desta janela que sou ao mundo e desde a qual procuro-me para ti, para teu nome. A cada dia novo que se abre deixa cair sobre mim toda a vida, como uma chuva antiga e reconhecida, que se repete cada vez que se estreia, cada manhã, a cada dia igual, diferente ao anterior. Tudo o conhecido volta com sua vontade de ser virgem, sendo ou não. E nada volta, tudo é outra coisa, como disse um poeta. E não há mais exercício que fazer com que aquele ao que a nova vida convida, o que chega do céu aos cristais desta janela, aquele que significa des-aprender e aprender cada Janeiro a viver de novo o novo e aquilo que já foi vivido.
1 comentário:
olhar como quem vê outra coisa.
,isto diz
sophia de mello breiner,
algo assim,
] sempre no vazio e
nos finais
[ da sombra do poço
às escolhas
que aponta o
fio transversal
do
recomeço,
~
Enviar um comentário