terça-feira, 1 de dezembro de 2009



















Afranio sabe que leva no seu sangue
todo o que na sua vida voa.


Assim,
ele reconhece que pelas sua veias
navegam os sons dos chocalhos das vacas,
os poços e as fontes.
os murmúrio do rio,
a cor da relva molhada,
as pedras frias,
as arvores do campo,
o céu aberto,
as nuvens brancas,
os pássaros inexplicáveis,
o amor,
as tardes de cansaço,
o amanhecer nu,
os ventos de todos os pontos cardeais,
a chuva que ecoa no telhado,
as palavras que ele sabe,
o seu corpo verdadeiro.


Mais Afranio também sabe,
que alguns levam no sangue o que os levara alem de todo isso,
o que fará que todo isso desapareça.


Ele não presta atenção a esta verdade
mais que quando ela se aparece,
como hoje.





Afranio pensa em tudo isto hoje,
agora,
neste momento,
e em muito poucos momentos mais.









1 comentário:

in_side disse...

hoje, de passagem

por dentro do sangue,

afranica

mente,






*