quarta-feira, 16 de dezembro de 2009




















Afranio caminhou entre o nevoeiro por volta de duas horas,
tinha acordado as seis da manha para ir a feira do povo do castelo.


O dia estava fresco, mais não frio,
caminhar aquecia o corpo e Afranio não pensava nisso.


Ele lembrabase de quando a feira era a maior da região
e só acabavam os postos de vender as sete da tarde.


Os tempos mudaram,
o tempo da feira também,
e ate a própria feira.


Ele ia a feira com a intenção de comprar uma malga nova,
ele gostava imenso da sopa.


Já não conhecia a ninguém dos que vendiam,
todos eram outros e as coisas a vender também.


Percebeu que as coisas das quais precisavam as pessoas não estavam lá,
que a feira tinha-se virado para um caminho que ele não sabia percorrer.


Deu a volta e retornou para a sua aldeia,
contente por não precisar aquilo que ele pensava precisava,
contente por ter caminhado entre as arvores e os campos ,
contente por ter sentido o fresco da manha e ver o nevoeiro desaparecer
e triste porque a feira tinha sido absorvida pelo tempo.


Mais tudo bem,
isso era a lei da vida,
mais na vida de Afranio poucas leis havia,
não sendo as que ele próprio aceitava como naturais,
o mesmo que ele aceitava a sua malga de madeira
como a melhor que poderia ter para a sua sopa.







3 comentários:

~pi disse...

malga de madeira que

sabe

a madeira :)

[ estava pra te oferecer

uma malga

mas vendo bem,

pra quê?

] e onde iria arranjá-la!!!?







~

mixtu disse...

as malgas
o calçado que tinah que dar para varios anos e daí eu ter pés grandes
a enxada para a minha mãe, comprada religiosamente pelo meu pai...

as feiras...

já não saão como eram, sin duda...

e era no dia d afeira que se registavam os filhos e daí muitos não coincide com o dia de nascimento...

mixtu disse...

... abrazo serrano e europeo