segunda-feira, 1 de março de 2010



















Uma suposta sobreposição:



A palavra sobre a palavra,
superpondo-se ao valor do dito,
questionando seu vigencia presente,
duvidando de sua estrutura de limites,
negando contornos e fronteiras,
procurando em suas entranhas sua pele.

Abrí-la para fugir dela,
a rasgar para lhe dar vida,
dizer não existe para a criar.

Fluir na nada do silêncio do vento,
descompor-se no ar,
rozar sem dedos o invisível,
sentir que pensas como respiras.

Encontrar-se a um mesmo no médio
da inexistência das palavras,
de seu total evaporación como linguagem
e entender nesse lugar desaparecido
o esquecido sentido de todas as coisas,
esse que as palavras sobre as que vivemos
limitam a lógicos significados.

A palavra sobre a palavra,
que pode ser ou não ¿Quem o sabe?
mais do mesmo.








1 comentário:

mixtu disse...

um muro de palavras

cimento ... é o intervalo entre elas

palavra sobreposta...

a última palavra

abrazo serrano