segunda-feira, 1 de março de 2010



















Minha palavra tem corpo,
o que escrevo é tangible,
digno de ser amado,
insuficiente.

Se escrevo a palavra,
esta trascenderá,
inclusive para além do possível.

Mas não me engano,
minha alma
(Como princípio que dá forma
e organiza o dinamismo vegetativo,
sensitivo e intelectual da vida)
é vazio,
não cabe num corpo
nem em nenhuma palavra escrita.

Em nada do escrito deixo-me tudo.

Secalhar por isso o escrevo,
para deixar-me todo o que posso,
secalhar por isso o amor,
para deixar-me nele o alma,
para não o escrever.








1 comentário:

se pa lavras disse...

para o descrever antever prever romper

apanhar do chão

esquecer?