Morrem as palavras ao saíres da boca,
morrem ao dize-las,
morrem também ao escreve-las,
estas palavras já tão mortas,
as que estás a ler agora, agora morrem,
as que leste até agora já morreram
e as que leras a partires daqui nasceram mortas.
Quando é que vivem as palavras?
Quando tão vivas?
Só no ventre dum,
somente caladas,
ausentes,
sem voz nem papel nem olhos.
As palavras só vivem quando não existem
e o demais é pura literatura e mentira,
um pássaro morto.

1 comentário:
´siddharta`
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