
Afranio sabe que no nome que não tem
cabem todas as letras do seu nome,
como cabe o rio de sua aldeia no seu leito.
cabem todas as letras do seu nome,
como cabe o rio de sua aldeia no seu leito.
No tempo no qual a chuva
com seu monótono som nos telhados
adormece e acorda aos aldeães,
o rio acostuma a desbordar-se,
mas ainda assim cabe o rio na terra
e sempre volta a seu leito a água.
Quando sente de mas
e o sentir lhe bate insistentemente a alma,
como chuva no telhado,
a Afranio se lhe transborda o nome
e com todas as suas letras estendidas sobre a terra,
acha transformar-se em uma espécie de poeta.
Mas sempre volta a seu leito seu nome
e ele volta a respirar-se como um filho morto,
algo que nem ele mesmo entende,
e regressa a habita-lo sua própria inexistência.
Ele sabe que a sua vida é assim,
como sabe que a sua vida não é,
como sabe que ninguém sabe
a onde vai o rio da sua aldeia.
como sabe que ninguém sabe
a onde vai o rio da sua aldeia.
Afranio sente tudo isto,
enquanto adormece na sua cama,
escutando a chuva no telhado.
11 comentários:
E eu sou PEDAÇOS DE TEMPO, daqui e dali, fotografados com paixão e escritos com o coração!
Cumprimentos,
CR/de
va fugindo...
va fugindo...
Obrigado, amigo,
pela visita ao meu blog.
Um abraço
... uns vão clamando que fuga é de cobarde.
Não entendo, porque quando ando fugido ao pelotão de ciclistas meus adversários, as pessoas me aplaudem ao longo dos quilómetros.
Mas gostava de conseguir fugir de mim: mais do que ganhar a Vuelta a España ou o Tour de France...
é sempre bom o que é diferente.
nesta casa há diferença...
Não foge, nem pensa que foge,
pois que cada vez
que escreve
é a si que encontra...
Finge que foge,
como quem finge
que foge.
Deambular nas palavras...
Obrigada pela visita...
Gostei imenso deste espaço...
mto criativo...
se me dá licença vou linkar nos meus blogs...
beijo
Obrigado pela visita á Chousa.
Apertas fraternas dende estoutro lado da raia.
INCÓGNITA
Não sei o que sou
Nem o que posso chegar a ser
Só sei que aqui estou
Melancólico e triste
Olhando para o que não existe
Pensando no que não pode ser
Primavera de 1966
Obrigado pela visita.
Respeitosos cumprimentos
a veces
hay que
irse*
para que
ya no
duela*
para poder
volver*
para poder
ser
casa
y
c
a
m
i
n
o*
besos,escuchando la lluvia en el techo*
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