
Afranio acredita na poesia escura e na poesia da luz.
Entre elas, ele sabe que há um mundo de matizes,
uma paleta de tonalidades que abrange todas as cores conhecidos
e ainda aqueles que estão por conhecer,
como as aparências dos dias que ele acha viver e as dos que vive.
Afranio não é um teórico da poesia,
nada esta mas longe de seu sentir que a estética,
a métrica, a economia da linguagem, a lírica,
a definição ou a estrutura.
Nos dias da cor do Outono,
quando as castanhas e as nozes são alimento,
e são cores, e são poesia,
Afranio vê que não há um fruto igual a outro,
vê que não é possível sua analises alem do olhar,
do tacto, do gosto, do olfato
e de todos os sentidos que venham a ele quando os recolhe
ou se os come.
Claro que Afranio vive em seu aldeiã
e não sabe nada de organoléptica, laboratórios
ou analises de características físico/químicas.
Ele sente sombras,
sente luzes,
sente claros-escuros
e sabe muito transparentemente
que a poesia esta aí,
como os frutos do castanho Outono estão,
como estão seus dias,
todos os seus dias,
fugindo ele deles e eles dele,
como fogem de tudo a poesia e este vento.
Afranio sente tudo isto,
enquanto asa castanhas no fogo da lareira,
vê nele e nelas cores que não sabe decifrar,
e sente o vento fora , passando.
1 comentário:
Muito interessante o teu blogue!
Agradeço a tua visita____________________________
Um abraço assim «««
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