segunda-feira, 23 de novembro de 2009



















Afranio acredita na poesia escura e na poesia da luz.

Entre elas, ele sabe que há um mundo de matizes,
uma paleta de tonalidades que abrange todas as cores conhecidos
e ainda aqueles que estão por conhecer,
como as aparências dos dias que ele acha viver e as dos que vive.

Afranio não é um teórico da poesia,
nada esta mas longe de seu sentir que a estética,
a métrica, a economia da linguagem, a lírica,
a definição ou a estrutura.

Nos dias da cor do Outono,
quando as castanhas e as nozes são alimento,
e são cores, e são poesia,
Afranio vê que não há um fruto igual a outro,
vê que não é possível sua analises alem do olhar,
do tacto, do gosto, do olfato
e de todos os sentidos que venham a ele quando os recolhe
ou se os come.

Claro que Afranio vive em seu aldeiã
e não sabe nada de organoléptica, laboratórios
ou analises de características físico/químicas.

Ele sente sombras,
sente luzes,
sente claros-escuros
e sabe muito transparentemente
que a poesia esta aí,
como os frutos do castanho Outono estão,
como estão seus dias,
todos os seus dias,
fugindo ele deles e eles dele,
como fogem de tudo a poesia e este vento.






Afranio sente tudo isto,
enquanto asa castanhas no fogo da lareira,
vê nele e nelas cores que não sabe decifrar,
e sente o vento fora , passando.









1 comentário:

anjo disse...

Muito interessante o teu blogue!

Agradeço a tua visita____________________________

Um abraço assim «««