Afranio diz:
Quereria entender que a palavra mais viva,
o eixo sobre o qual gira o silêncio,
o alicerce de sua construção,
não é uma palavra escrita,
nem é uma palavra falada,
nem sequer pensada em silêncio.
Quereria entender como voltar
ao silêncio no qual nascem as palavras
para sentir a vida sem elas.
E depois Afranio cala,
porque sabe que nao ha de voltar a viver.
1 comentário:
reparo que o verbo de afrânio
também foge do pre-sente!!
afranio aceita tão bem o seu
estado latente
que precisa escrever para dizer que, embora dizendo que não, é e quer ser um poeta seguro
um poeta
de estado ovárico e
per-manescente.
afranio foge seja como for (avisa em cima nunca há-de mudar,
foje à volta do seu útero,
foge da saída cada vez mais clara
que se lhe mostra
só no seu peito sabe
que a palavra não é nada
quisesse entender = não quero entender
porque escreve afrânio repetindo-se à exaustão procurando os canais onde pode
ser camaleão
não é sequer um grande mistério.
ass. linha-de-horizonte (invisível)
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