Mais uma vez morderam-me o coração,
o pouco que fica me,
aquele pelo que sei que vivo,
meu pobre coração errado.
Mais uma vez,
a escuridão ilumina-me,
sangra-me o corpo palavras
e vejo por ti,
cega que a meu lado não sabes as cores das coisas,
que não vê o que vemos os que achamos ver e,
ainda assim,
segues teu caminho sabendo que o mundo é escuro,
tenebroso,
injusto,
difícil,
longo,
apagado,
monótono,
aborrecido,
real,
como se tu não fosses cega,
como se eu não tivesse um coração com o qual ver-te.
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