Se ainda não encontraste a tua voz,
se estás vivo e não sabes morrer na palavra,
se ainda não és capaz de erguer-te e projectar tua sombra,
não serei eu o que te substitua,
nem a minha voz será tua.
Não viverás em mim,
não te darei o que é teu,
o que te pertence:
tua dignidade e teu sentido.
Eu não tenho mais nada que o meu
e é suficiente para te ouvir
para te olhar tão vivo,
para abraçar tua sombra,
tão imensa como a que eu quero para mim.
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