terça-feira, 23 de novembro de 2010


Leio a Deus em teus olhos cheios de palavras de luz,

escrevo as palavras que dizem teus olhos,

palavras cheias da luz das tuas mãos,

através das quais vês tudo o que não se vê

com o olhar preto que o deus que não fala te deu.


Volta a passar ao meu lado a cegueira,

volto a ver a escuridão,

mas nela,

hoje,

voa a insustentável leveza da respiração dos pássaros,

sua impossível explicação,

sua alegria indecifrável,

todas as cores das penas de suas asas,

cega que leio e lê por mim.



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