Afranio diz:
Será tão leve não ser como ser no silêncio,
tão desaparecido de mim,
tão exilado de tudo o meu,
que nascer do próprio silêncio será ser sendo.
E neste não ser quem sou que sou,
morrerá o poeta que me habita,
o proxeneta dos versos,
o covarde que leva meu nome,
este condenado que grita essa voz que parece minha,
para assim chegar até o silêncio,
de onde vem tudo o escrito
e para onde deve ir a palavra.
E depois Afranio cala,
cala na procura do silêncio.
cala na procura do silêncio.
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