
Esta noite sonhei um poema,
flutuava em minha voz dormida,
voava na levidade dos meus olhos fechados,
deslizava limpidamente entre os dedos das minhas mãos abertas,
denso e subtil como uma nuvem branca,
intangível e etéreo como a pluma da asa dum arcanjo.
Esta noite sonhei um poema do qual fugiram as palavras,
um poema que minha voz calou para sempre,
despojado de letras, leituras e leitores,
expatriado do escrito e o vivido,
abandonado do surdo mundo que tudo o escuta.
O poema que sonhei esta noite era tão verdadeiro,
que ao despertar-me não pude inventá-lo.
Esta noite sonhei um poema vazio,
vazio até do meu silêncio.
2 comentários:
a pluma da asa não sei, não sei,
~
[ lembro-me logo do espírito santo,
ai!!!
~
[ o poema terá frio e nem precisa de ser lido
nem concluído nem
sequer fugido,
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