Tenho em mim um sorriso antigo
que me diz que a felicidade existe
para além de palavras e poemas.
Um sorriso que,
apesar de vir de longe,
não é estrangeiro,
nem é uma lembrança,
nem é a lembrança duma lembrança.
É um sorriso que se inventa novo,
cada vez que a felicidade
me ilumina para que o acenda
e ilumine com minha luz tuas escuridões.
É esta luz que vês aqui
esta que te dei tantas vezes
longe de palavras e poemas.
Arrependo-me de não ser a luz eterna,
Nunca de não ser a felicidade inventada.
Quando ponho os óculos de sol,
somente sinto o que tenho em mim
e não me calar não é pecado.
Embora de igual modo,
a cada dia que passa,
sou menos Ray-Ban,
mais amante do sol puro,
da luz que levo nos olhos,
e mais inconstante com a poesia.