quarta-feira, 17 de março de 2010


















Esta noite sonhei um poema,
flutuava em minha voz dormida,
voava na levidade dos meus olhos fechados,
deslizava limpidamente entre os dedos das minhas mãos abertas,
denso e subtil como uma nuvem branca,
intangível e etéreo como a pluma da asa dum arcanjo.

Esta noite sonhei um poema do qual fugiram as palavras,
um poema que minha voz calou para sempre,
despojado de letras, leituras e leitores,
expatriado do escrito e o vivido,
abandonado do surdo mundo que tudo o escuta.

O poema que sonhei esta noite era tão verdadeiro,
que ao despertar-me não pude inventá-lo.

Esta noite sonhei um poema vazio,
vazio até do meu silêncio.







2 comentários:

~pi disse...

a pluma da asa não sei, não sei,

~

[ lembro-me logo do espírito santo,

ai!!!



~

~pi disse...

[ o poema terá frio e nem precisa de ser lido
nem concluído nem
sequer fugido,